Quando pensamos sobre 2018 no Brasil, podemos verificar dois opostos. Foram 365 dias bastante agitados na política. Já na economia, foi um ano devagar, quase parando. Assim, é possível que você esteja se perguntando quais as tendências da construção civil em 2019?

Pois saiba que as perspectivas são positivas para este e os próximos anos. De acordo com especialistas, a tendência é, finalmente, a volta dos investimentos, especialmente a partir do segundo trimestre. Seria a tão aguardada retomada da construção civil!

Quer saber mais sobre as principais tendências para 2019?

Elaboramos este conteúdo para ajudar você a se preparar para esse novo ciclo que se inicia. Falaremos sobre:

  • Perspectivas para o setor
  • Entrevistas com líderes setoriais
  • Tendências de mercado
  • Carreiras que terão destaque
  • Projeções de entidades e construtoras para 2019
  • Os principais eventos do setor da construção em 2019

Tendências da construção civil para 2019

 

A confiança dos empresários da construção civil aumentou gradativamente ao longo do ano passado, sobretudo no último trimestre.

Retomada da construção - tendências da construção - Sondagem da Construção FGV - Índice de confiança da construção - Buildin 02 Tendências da construção civil

O Índice de Confiança da Construção (ICST) calculado pela FGV/IBRE era de 80,3 em setembro. Subiu para 81,8 no mês seguinte e chegou a 84,7 em novembro . Este é o maior nível atingido pelo índice desde janeiro de 2015.

Outro dado positivo do estudo da FGV/IBRE é a capacidade de produção da indústria da construção. Pela terceira vez consecutiva, a utilização da capacidade instalada cresceu 3,5 pontos percentuais e chegou a 65,6%, de acordo com a coleta de dados da FGV.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, “a atividade setorial ainda está muito aquém de sua média histórica, mas a direção é de retomada”.

 

Redução de estoques

Enquanto a construção civil apresenta queda em suas atividades desde 2014, o mercado imobiliário registrou aumento do número de lançamentos e incremento das vendas em 2018.

“Houve uma redução do estoque, o que dá uma perspectiva positiva. É o momento de reação do mercado, de gerar mais empreendimentos”, diz a economista Ieda Vasconcelos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Os indicadores nacionais da CBIC são positivos. Eles mostram que os lançamentos residenciais cresceram 30,1% no terceiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período de 2017. As vendas, por sua vez, registraram aumento de 23,1%.

Com relação às vendas, foram 118,4 mil unidades escoadas no acumulado em 12 meses encerrado em setembro de 2018. Isso contra 93,5 mil unidades nos 12 meses anteriores a esse período.

Tendências da construção civil para 2019 - Indicadores Imobiliários Nacionais - CBIC - Crescimento nas vendas - Tendências da construção civil

Se mantido o ritmo atual de vendas, o estoque será zerado em 14 meses.

Tendências da construção civil para 2019 - Indicadores Imobiliários Nacionais - CBIC - Nível de estoque de unidades - Tendências da construção civil

PIB da construção

 

Em 2018, o produto interno bruto da construção civil registrou o quinto ano seguido de retração. Mas a expectativa é a de que, em 2019, esses números negativos fiquem para trás.

A projeção de crescimento de 1,3% pode parecer tímida, mas já significa uma mudança de direção.

Retomada da construção - tendências da construção - PIB da Construção - Buildin 05 - Tendências da construção civil

Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, “a projeção leva em consideração o início de uma retomada no segundo semestre de 2018”. Ele continua: “e a expectativa é de uma política econômica de reequilíbrio das contas públicas. Ou seja, com reforma da Previdência e desburocratização para empreender”.

Segundo dados apresentados na pesquisa Focus do Banco Central, espera-se que em 2019 o PIB do Brasil cresça em 2,8%. É um valor expressivo em comparação com o crescimento de 1,01% registrado em 2017.

 

A visão de líderes setoriais

A equipe de Buildin conversou com dois líderes setoriais da indústria da construção para entender melhor o que esperar de 2019.

Confira a seguir um compilado bem objetivo dessas entrevistas realizadas com:

  • José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
  • José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção em São Paulo (SindusCon-SP)

 

Sobre o novo governo

De que forma o novo Governo pode auxiliar na retomada da construção?

José Carlos Martins – Primeiramente é preciso tratar bem o capital privado para que ele invista. Para isso, segurança jurídica e crédito são fundamentais. Também é necessário um planejamento confiável. Com isso, o capital privado entra no jogo e teremos anos de muita demanda para a construção civil.

Tendências da construção civil para 2019 - José Carlos Martins - CBIC - Tendências da construção civil

José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

José Romeu Ferraz Neto – O mais importante é aprovar a reforma da previdência e implementar medidas de reequilíbrio fiscal e estímulo ao ambiente de negócios. No segmento imobiliário, com a retomada da confiança na economia, será possível atrair novos investidores. Além disso, na habitação popular, é preciso reforçar o FGTS e os subsídios para diminuirmos o déficit habitacional. Também é necessário estimular as parcerias público-privadas, as privatizações e as concessões.

Quais são as perspectivas com relação ao novo Governo?

Martins – O governo eleito está atacando problemas estruturais. Está sinalizada, por exemplo, uma efetiva redução da máquina pública, que trará economia de dinheiro público e produtividade. Mas, independente de qualquer coisa, a eleição passou. Precisamos dar uma trégua ao novo governo, nos engajarmos e construir um Brasil melhor para nossos filhos e netos.

Tendências da construção civil para 2019 - José Romeu Ferraz Neto - SindusCon-SP - Tendências da construção civil

José Romeu Ferraz Neto – SindusCon-SP

Ferraz Neto – A sinalização dada em busca do reequilíbrio fiscal e do incremento das privatizações e concessões é positiva. Mas determinadas tarefas devem seguir sob coordenação do governo, como o estímulo à habitação popular.

 

Grau de otimismo

Os efeitos de tais medidas serão sentidos a partir de quando?

Martins – Creio que a partir de janeiro. Nossas propostas ao novo Governo geram efeito imediato, como a retomada das 4.378 obras paralisadas no Brasil. Também há o programa de concessões municipais. Já foram contratados 46 projetos e é possível acelerar.

Ferraz Neto – Possivelmente a partir do segundo trimestre de 2019 e com mais intensidade a partir de 2020.

Como o empresário da construção pode se preparar para 2019?

José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP

Martins – Somos otimistas, contudo conservadores. Se as propostas que fizemos forem implantadas, estamos certos de que funcionará. Digo aos nossos associados que sejam conservadores e levem o barco devagar. E que fiquem preparados para a arrancada.

Ferraz Neto – Apostamos continuamente na elevação da produtividade. Isso envolve melhoria na gestão, modernização de processos produtivos e abertura para inovações tecnológicas e de sustentabilidade ambiental.

 

Tendências para a construção civil

Se olharmos para o futuro próximo e para o que foi apontado como tendência para 2018, não há diferenças marcantes.

Na verdade, o uso de tecnologias como BIM, inteligência artificial, impressão 3D e internet das coisas foi reforçado ao longo ano e deve continuar assim por um bom tempo. Assim, o perfil das edificações tende a mudar, com presença de serviços agregados compartilhados, como mostra a Vitacon.

 

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Fonte: buildin.com.br

 

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